quarta-feira, 30 de junho de 2010

Com todo o respeito

Os defeitos dos outros todos apontam,mas os nossos passam ,invisiveis...

Somos todos humanos , erramos , feliz daquele que reconhece os seus.

Elisa Rocha

terça-feira, 29 de junho de 2010

O tempo

"Foi o tempo que investiste com a tua rosa que fez a tua rosa tão importante"

Antoine de Saint-Exupéry







por Patrícia Santos

quinta-feira, 24 de junho de 2010

S.João






Hoje, véspera de S. João foi-nos sugerido pela Dra. Laurência que colocássemos a nossa veia poética a funcionar, e fizéssemos alguma quadras, aqui fica o resultado do nosso trabalho:


Na noite de S. João
Vou saltar a fogueira
Vou passar nas fontainhas
E dançar na ribeira

Esta noite reina a alegria
Com os martelos vamos brincar
Uma boa companhia
S. João a abençoar

Vamos dançar a noite inteira
Os manjericos cheirar
É noite de brincadeira
E também de namorar

Na noite de S. João
Vamos todos rir e saltar
Com balão ou sem balão
Até a manhã chegar


A correr e a saltar
Na noite de S. João
Vamos foliar
Até o dia raiar
Não venho embora
Sem um manjerico comprar


Na ribeira o fogo vemos
Temos folia até ser dia
Orgulhosos de onde nascemos
Não queremos cá moraria

Ó meu rico S. João
Queria uma festa melhor
Depois de comer as sardinhas
Ainda tenho que vir pró Cindor

Hoje é noite de S. João
Muitas sardinhas vai haver
E o pessoal do Cindor
A minha casa as vão comer

Ó meu rico S. João
Põe no teu coração
Com todo o ardor
O nosso Cindor
Por: Turma EFA - TIS 3 - Ana Mendes

segunda-feira, 21 de junho de 2010

Solstício










Nos tempos antigos, o dia do meio do Verão, coincidia com o dia em que o Senhor e a Senhora (O Sol e a Terra), se encontravam e uniam, a fim de preparar o mundo para um novo ano. Coincidia com as primeiras colheitas, símbolos do fim de um ciclo e sua renovação, exemplo da vida que, igualmente, se movimenta em círculos, renovando-se a si própria, tal qual a Fénix, renascendo das cinzas.
Esta festa, celebrada por todos os povos de antanho, foi, mais tarde, integrada pelos Cristãos,mudando a data, do dia do Solstício (geralmente a 21 de Junho) para o dia 24, fazendo-a coincidir com a data atribuída ao nascimento de João, o Baptista, tradicionalmente considerado como nascendo seis meses antes do Natal, data de nascimento de Jesus.
O Litha, como ainda hoje é conhecido,situava-se a meio do período do Verão, considerado entre Maio e Agosto, daí o nome de "Dia do Meio do Verão", tão bem descrito por Shakespeare no seu "Midsummer's night dream".

Por: José Pedro Turner

quarta-feira, 16 de junho de 2010

Quinto Império






OUTRO


Passo triste no mundo, alheio ao mundo.
Passo no mundo alheio, sem o ver,
E, mystico, ideal e vagabundo,
Sinto erguer-se minh'Alma do profundo
Abysmo do meu Ser.

Vivo de Mim em Mim e para Mim
E para Deus em Mím resuscitado.
Sou Saudade do Longe d'onde vim,
E sou Ansia do Longe em que por fim
Serei transfigurado.

Vivo de Deus, em Deus e para Deus,
E minh'Alma, somnambula esquecida,
N'Elle fitando os tristes olhos seus,
Passa triste e sósinha olhando os céus
No caminho da Vida.

Fui Outro e, Outro sendo, Outro serei,
Outro vivendo a mystica belleza
Por esta humana fórma que encarnei,
Por lagrimas de sangue que chorei
Na terra de tristeza.

Espirito na Dôr purificado,
Ser que passa no mundo sem o ver,
Em esta pobre terra de peccado
Amor divino em Deus extasiado,
O meu Ser é Não-Ser em Outro-Ser.

Côrtes-Rodrigues


Lisboa 1914




A revista "Orpheu", de cujo primeiro número reproduzo um texto, foi um arauto do "Quinto Império", impulsionado por Vieira e continuado por nomes como Manuel Bernardes ou Pessoa.


Por : José Pedro Turner

segunda-feira, 14 de junho de 2010

Alexandria



Quarta-feira, 15 de Abril de 2009

O Muezzin


A água agitava-se, suavemente, contra as pedras do cais. A mistura de aromas das especiarias, das cargas mal acondicionadas, dos esgotos a céu aberto, da maresia sentida na brisa, era forte, inebriante.
Sentia o cérebro semi-entorpecido pela noite passada em claro,pelo som hipnótico da música e entontecedor movimento das danças, pela bebida ingerida... estava parado, a pouca distancia do cais, escutando o arrulhar das pombas, que acordavam para um novo dia, enquanto os primeiros raios de sol apareciam no horizonte.
Uma mulher passou, movimentos apressados, provavelmente uma trabalhadora nocturna, de regresso ao seu quarto.
Nesse exacto momento uma voz se levantou no silencio, rasgando o amanhecer com um canto límpido, chamando os crentes à oração, acompanhando a alvorada com os seus versos.
Essa voz, a voz do Muezzin, derramando-se pela ruas da cidade, quebrando o arrulhar das pombas, agitando corações, manifestando a sua fé, clamando a sua crença, espalhando-se pela agitação matinal, carregando séculos de história consigo... uma memória viva, um vislumbre do passado, escutado ao alvorecer, em Alexandria...

Post retirado de "Memórias e Novidades"

Por: José Pedro Turner